
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
(Mário Cesariny)
Que havemos de fazer, de dizer?. Apenas que partiu mais um. E era enorme. Deixa-me ir buscar palavras a um tão grande como ele, Rainer Maria Rilke:
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A Morte é grande
Nós somos dela
De boca ridente.
Quando nos julgamos no meio da vida
Ousa ela chorar
No meio de nós.
( Rainer Maria Rilke).
Eduardo Aleixo