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É o mar do deserto, ondulação
Sem fim das dunas,
Onde dormir, onde estender o corpo
Sobre outro corpo, o peito vasto,
As pernas finas, longas,
As nádegas rijas, colinas
Sucessivas onde o vento
Demora os dedos, e as cabras
Passam, e o pastor
Sonha oásis perto,
E o verde das palmeiras se levanta
Até à nossa boca, até à nossa alma
Com sede doutras dunas,
Onde o corpo do amor
Seja por fim um golo de água.
( Poema de Eugénio de Andrade, in " Rente ao Dizer ".)
1 comentário:
Já fez 1 ano que partiu... continua presente, como se vê. E assim será, para sempre... porque é um poeta!
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