afastei-me uns meses das redes sociais. compreendi que me fazem mal. ontem resolvi dar uma vista de olhos numa delas e a tristeza assolou-me de novo. publicado por uma pessoa de quem gosto muito estava um vídeo supostamente de londres. tudo o que se vê no vídeo são pessoas de todas as raças e credos religiosos. o que sempre me encantou nesta cidade. o reino unido como a frança têm hoje economias fortes graças a estes migrantes. londres nunca mais será a mesma depois do brexit. o que será dos funcionários ingleses fardados a rigor que tanto me encantavam no meio daquela mistura multi racial? porque é que as pessoas são tão influenciadas por gente como salvini ou andré ventura? será que ninguém percebe que é essa gente que pode salvar uma europa velha e gasta? será que essas pessoas que procuram uma vida melhor são intrinsecamente más? será que enfrentam viagens que os podem levar à morte para assaltarem os europeus? é crime ter uma religião diferente? é crime ter uma cor diferente? é crime falar outra língua? crime é fechar as portas a esta gente. e não reconhecer o bem que toda esta gente tem feito a uma europa que se está a suicidar. enquanto houver quem insista em fechar fronteiras e construir muros em vez de pontes.
Um blog do dia a dia, com muitas estórias, alguma poesia, música, fotografia, crítica, comentários... para desabafar, porque sem um grito ninguém segura o rojão!
15 setembro, 2019
14 junho, 2019
fico contente com o fim das taxas moderadoras
15 fevereiro, 2019
o sns e os privados
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14 fevereiro, 2019
quem tem saudades de salazar
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13 fevereiro, 2019
da solidão e das demencias
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10 fevereiro, 2019
cobardia é calar
num país onde a violência doméstica mata todos os anos existem juízes que se referem às vitimas como se fossem culpadas. homens que deviam ser moralmente mais elevados que a maioria dos cidadãos portam-se como se vivessem na idade da pedra. homens (perdoem-me os homens de verdade) que se referem às mulheres como se elas fossem propriedade sua. como se não devessem ter vontade própria. como se fossem animais que apenas têm o direito de trabalhar e dizer que sim a todas as suas vontades. este é ainda um país onde a mulher é vista como um ser menor. onde os homens se sentem humilhados porque as suas mulheres são independentes e donas da sua própria vontade. um país onde a misoginia parece crescer em vez de desaparecer. encontro mais jovens misógino que homens mais velhos embora reconheça que os mais velhos não escapam. as mulheres não estão isentas de culpa quando acham que os maridos ou namorados lhes batem porque gostam delas. está na altura de as mulheres se darem mais valor. de não escolherem ficar com um homem por razões económicas. de não exporem os filhos a maus tratos. viver num t0 é melhor que viver num condomínio de luxo quando se trata de ganhar dignidade. por fim todos os que têm conhecimento e calam um crime de violência doméstica são coniventes. cobardia é calar. denuncie.
08 fevereiro, 2019
nunca perco tempo
01 fevereiro, 2019
sou só um animal de companhia
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28 janeiro, 2019
a indignação da procuradora
16 janeiro, 2019
estou tão aflita
15 janeiro, 2019
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eram duas adolescentes nos anos 40. anos difíceis. anos de guerra. um dia decidiram que queriam ser enfermeiras. combinaram não contar nada aos pais. iam apresentar-se no hospital e pedir emprego. enfermagem parecia-lhes um verdadeiro paraíso. já se viam de farda e quepe. bem arranjadas graças a uma mãe que do quase nada fazia imenso dirigiram-se ao hospital de são josé em lisboa. à entrada o porteiro peguntou-lhes o que queriam. muito decididas lá explicaram que queriam ser enfermeiras. o homem sorriu e disse-lhes que duas meninas tão novas e tão bonitas deviam era voltar para casa porque enfermagem não era decididamente profissão que lhes servisse. as duas ainda tentaram argumentar. tratava-se de um sonho. queriam poder ajudar pessoas. o porteiro lá conseguiu que se fossem embora e que pensassem em casar e ter filhos que isso é que era serem felizes. e foi assim que ambas regressaram a casa sem contarem aos pais o que tinham ido fazer. acabaram os seus cursos comerciais e empregaram-se como secretárias. uma teve como patrão um importante advogado da praça lisboeta que lhe permitiu conviver com homens como aquilino ribeiro. parou de trabalhar quando casou. dedicou-se à família para o resto da vida e só muito tarde se arrependeu de ter deixado de trabalhar. a outra empregou-se num escritório de despachante oficial. acabou casada com o patrão que deixou a primeira mulher para viver com ela o resto da vida. esta nunca deixou de trabalhar. mais tarde foi funcionária do ministério dos negócios estrangeiros. às tantas pediu uma licença sem vencimento e foi para londres trabalhar. por lá viveu 30 anos. regressou a portugal depois da revolução dos cravos e aos negócios estrangeiros onde trabalhou até aos 70 anos. aos 90 ainda sonha com trabalho no seu delírio.
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