
O Natal é a festa da família. Como a família tradicional está em crise, o Natal também estará?.
O Natal é a festa da comemoração do nascimento de Jesus Cristo.
Sim, eu sei que não há a certeza de ter nascido nesta data, nem se foi em Belém ou em Nazaré. Mas não importa muito isso, se dermos primazia à Convenção, necessidade que as sociedades têm de marcar limites no tempo, para que os seus membros se juntem e comuniquem.E se tal comunicação for uma festa, melhor.
Assim, temos dois elementos importantes para que o Natal possa ser festivo: por um lado, o nascimento de Jesus, e por outro, a família, que se junta para lembrar o acontecimento e para que os seus elementos, dispersos, durante o resto do ano, se possam juntar e abraçar.
Por mim... não vivo - e tenho pena - muito o Natal, ou melhor, não o vivo como manda a tradição, mas tal deve-se a motivos familiares, e também a questões que têm a ver com a minha sensibilidade, bem como a acontecimentos tristes, ocorridos na minha vida, nesta altura do calendário.
Mas não escondo que vejo com gosto e com inveja as famílias, principalmente as numerosas, e que se dão bem e em que há amor e Natal, como deve ser, todos os meses do ano, juntarem-se e ouvir dizer-lhes, com tristeza minha no olhar, como o Natal foi bom, e como juntaram em casa, com muita alegria, uma grande quantidade de gente...Confesso que este é o meu sentimento: de inveja, de não poder ter um Natal como esse...
Mas a verdade é que também me pergunto, observando o mundo que me rodeia, e sabendo que as aparências teimam em esconder a realidade, por medo de defrontarem a verdade das coisas, se será esta a regra: as fanílias darem-se muito bem e coroarem o amor familiar, que nutrem uns pelos outros, no aconchego e com a bênção do Amor Divino...Para as famílias que assim passam o Natal ... parabéns.
Contudo,o que o prevalece, nesta altura do ano, não é o amor, como eu o entendo, é o despesismo, é o desembaraçar-se, o mais célebre possível, da obrigação da tradição que manda fazer compras para receber prendas em troca , sem importar saber-se se as coisas que se compram são importantes, são úteis, ou não, se as pessoas gostam, ou não...Neste aspecto direi que o Natal, sob o ponto de vista do espirito do lucro e do materialismo, em crise não está...
Lisboa, como todas as cidades da civlização a que pertencemos, apresenta os seus centros comerciais cheios de gente ( ouvi, há dias, na rádio, que a população portuguesa gasta, nesta altura do ano, per capita,em média, em compras de Natal, o equivalente ao salário mínimo nacional ! ), as avenidas e ruas principais estão lindas, é verdade, com as luzes alegóricas, como manda a tradição, os ouvidos são acariciados com as mesmas canções de Natal, que são, diga-se, muito bonitas, e que eu sei cantar muito bem, com gosto, mas o que penso é que nos movemos à superfície das coisas, mesmo os cristãos, mas águas de uma fé cega, acrítica, que estou convencido Deus não quer para os homens, nos tempos em que vivemos, e, falando em cristãos, quem pensa verdadeiramente nos pobres e nos sem abrigo, que nestas noites de Outono/Inverno, principalmente, gostariam de ter um cobertor, uma manta, um abraço, de amor, não etéreo, mas terreno, um lar, uma casa?.Claro que os cristãos, e os não cristãos, pensam,não quero ser injusto. Mas quantos vão passar o Natal junto daqueles que, à semelhança de Jesus, quando nasceu,estão sem abrigo, pior: nem burrinho têm, nem palhinhas, muito menos reis magos que lhes tragam uma prenda, já não digo material, ouro, incenso, estas coisas, nem pensar, mas amor?!...
Confesso, eu tenho este problema, mas um dia vou resolvê-lo. Acho que sou um cobarde, porque ando sempre a adiar: na noite de Natal hei-de ir visitar os pobres sem tecto.Estar junto deles.
Enquanto não o fizer...nem digno sou de escrever as palavras que acabei de escrever, sem intenção de ofender ninguém.
Bom Dezembro.
E Natal Feliz.
Eduardo Aleixo
Eu tenho uma família que se reúne quando pode e isso é uma festa e não é pelo Natal que não dá para estarem todos em Portugal nessa altura. Mas no Verão fazemos a festa... quanto ao Natal amigo já aqui disse que para mim é uma boa oportunidade de os comerciantes equilibraem as contas...
ResponderEliminarPodes é ter a certeza que não é o Natal que junta as pessoas mas a amizade e o amor... e como diz o outro o Natal é quando um homem quiser e eu, este ano, não quero!
Quando fores fazer a tua visita de Natal aos sem abrigo conta comigo, está bem? Isso sim há-de ser um Natal de verdade!
ResponderEliminar